sexta-feira, 15 de junho de 2007

Faz De Conta

Todo mundo já ouviu histórias de contos de fadas - pelo menos uma vez. Geralmente, quando crianças. Porém, em outras situações, ouvimos esses mesmos contos quando adultos. E nos pegamos num dilema: acreditar ou não acreditar?
Depende muito de sua carência. Em casos de carência afetiva, você quer mesmo que um princípe encantado venha lhe resgatar de sua tediosa existência; para os carentes de imaginação, nada melhor do que um pouco de mágica na vida. Às vezes, tudo o que precisamos é pensar que aquele sapo vai virar um homem lindo, se lhe dermos tempo e atenção necessária.
Mas aplicar a lógica do faz de conta no mundo real pode ser perigoso para o coração. Este dificilmente é enganado, e simplesmente fechar os olhos e fingir não vai mudar isso. É aquele pequeno espinhozinho que cutuca de vez em quando: "há algo errado aqui, não acha?" - ele nos diz.

Talvez sapos virem princípes no mundo real. Não sei, nunca vivenciei isso. Meus sapos sempre foram sapos. Quando se pareciam com princípes, era eu, forçando terrivelmente a vista, apertando os olhos até enxergar sombras por entre a cortina de cílios.

Por vezes, tenho até medo de a fantasia me abandonar completamente, e eu me encontrar sozinha no escuro. Mas, para quem não quer viver enganada, o faz de conta não serve. Eu não quero fazer de conta que estou feliz. Eu não quero fazer de conta que está tudo bem. Prefiro imensamente enxergar a verdade - por mais que doa. E dói.

2 comentários:

  1. Encarar as coisas como elas realmente são é muito mais difícil do que se imagina...
    Ainda mais para mim (nós?) tão cheias de criatividade...
    Eta mundinho aquém!
    Bjos

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  2. Bom ver que ainda existe texto poético que faça sentido..

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